FESTIVAL MÚSICA VIVA 2012
DAR VOZ!
A arte musical portuguesa atravessa aquela que provavelmente é a sua idade de ouro maior, bem mais além do que a época da polifonia; simultaneamente Portugal atravessa uma crise profunda, essencialmente filosófica, derivadamente económica!
Contrariando o desinvestimento na arte e na cultura praticado pelo governo do estado português, os compositores e intérpretes portugueses da actualidade, afirmam uma riqueza e vitalidade sem precedentes às quais o Festival Música Viva dá voz desde 1992; veículo privilegiado de comunicação da música que se faz aqui e agora, da música que se reinventa dia após dia.
Plataforma de circulação e confronto de ideias e de estéticas, o programa da 18.ª edição do Festival Música Viva, que decorrerá em Lisboa em dois locais e espaços temporais diferentes – 18 a 23 de Setembro no Centro Cultural de Belém e 1 a 10 de Outubro no Instituto Goethe em Lisboa – será dedicado, no essencial, à nova criação musical portuguesa com enfoque nas relações da música com a tecnologia.
Contando com a excelência e cumplicidade de um leque diversificado de artistas e participantes, sem a generosidade dos quais, este ano, não teria sido possível a realização deste evento; a programação do festival incluirá debates, uma grande instalação sonora, o 2.º Fórum Internacional para Jovens Compositores do Sond’Ar-te Electric Ensemble e nove espectáculos, para apresentar cerca de 60 obras, 40 delas de compositores portugueses, das quais 15 estreias absolutas.
Destaque será dado a Constança Capdeville (no 75.º aniversário do seu nascimento e passados 20 anos sobre o seu falecimento) e a Álvaro Salazar num concerto que lhe é totalmente dedicado. O Festival presta ainda uma homenagem a Emmanuel Nunes, falecido recentemente, num concerto extraordinário.
Programação: www.misomusic.com
Co-Produção: Centro Cultural de Belém & Goethe-Institut
Financiamento: DGArtes - Secretaria de Estado da Cultura & Câmara Municipal de Lisboa
Apoio à divulgação: CP Comboios de Portugal, Turismo de Lisboa, RTP Antena 2
Apoio: Ébano & Marfim, Internatiomal Society For Contemporary Music, Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa, Miosótis, European Conference of Promoters of New Music, International Confederation of Electroacoustic Music, International Computer Music Association, International Network for Contemporay Performing Arts, European Music Council, International Music Council, On-The-Move, Donne in Musica
CENTRO CULTURAL DE BELÉM
18 a 23 de Setembro
CCB - PEQUENO AUDITÓRIO - 18 DE SETEMBRO - 21:00
ESTUDOS INCOMUNICANTESO concerto de abertura do Festival Música Viva 2012 conta com a participação de vários conceituados intérpretes portugueses e põe em perspectiva duas obras maiores da produção recente de Álvaro Salazar, “Estudos Incomunicantes” I/A e I/B, que estão estreitamente interligadas, a segunda das quais será apresentada em estreia absoluta. A obra de Álvaro Salazar, compositor, maestro, professor e crítico musical, constitui um ponto de referência na cultura portuguesa contemporânea. A sua música apresenta um gosto particular pelas texturas em que o som é esculpido pelo silêncio.
Elsa Marques Silva piano
Eugénia Schvetz piano
Inês Vicente recitante
Coral de Letras da Universidade do Porto
José Luís Borges Coelho maestro
Álvaro Salazar – Estudos Incomunicantes I/A (2008)
(para 2 pianos)
Álvaro Salazar – Estudos Incomunicantes I/B (2008) [EA]
(para 2 pianos, recitante e vozes mistas)
Co-produção: Oficina Musical
CCB - SALA DE ENSAIO - 19 DE SETEMBRO - 21:00
NOVA PERCUSSÃO / TRANSVERSALIDADES
Concerto em dois capítulos. No primeiro a Oficina Musical e o Atelier de Composição apresentam num recital de Nuno Aroso, intérprete de créditos firmados no panorama de percussão, um programa que aposta numa contiguidade de gerações de compositores portugueses. No segundo o OpenSPEECH trio apresenta “Transversalidades“, composições concebidas a partir de interpretações improvisadas de partituras gráficas. Pictogramas, notações abstractas, texturas polimórficas dispostas em estruturantes formas abertas, activam contextos, sugerem materiais, articulações e consensos possíveis. Acústicas técnicas extensivas, texturas dissonantes e concretismos captados pelo live processing, emergem do heterodoxo cruzamento da pragmática concepção clássica contemporânea, com a idiossincrática tensão e espontânea criatividade da escola da improvisação europeia.
Nuno Aroso percussão
(solista da Oficina Musical)
Luís Antunes Pena – Três Quadros sobre Pedra (2008)
(percussão e electrónica)
Álvaro Salazar – Giuoco Piano (2011) [EA]
(percussão e electrónica)
Virgílio Melo – Mán (2012) [EA]
(steel drums e electrónica)
Pedro Junqueira Maia – 'xcuse me while i kiss the sky (2010)
(percussão, guitarra eléctrica e electrónica)
Co-produção: Oficina Musical
Apoio: Drumming-GP
[Intervalo]
OpenSPEECH
Carlos Bechegas flautas, voz, objectos e electrónica
Ulrich Mitzlaff violoncelo e electrónica
Carlos Santos laptop (live-processing)
Transversalidades – interpretações improvisadas de partituras gráficas
CCB - SALA DE ENSAIO - 20 DE SETEMBRO - 21:00
NOVO LIRISMO / IMPROVISAÇÃO
Concerto em dois capítulos. No primeiro o Machina Lírica Ensemble, grupo que se estreou no Festival Música Viva 2010, interpreta 5 peças em estreia absoluta. No segundo o trio de ER, RM e RG apresenta-se em estreia absoluta, num contexto de improvisação em que um restrito conjunto de material sonoro é submetido a um intenso controlo da sua existência temporal; um trio composto por três gerações de músicos conceituados com percursos distintos e 16 anos de idade de diferença entre cada um deles; viola, trombone e computador testam os limites entre liberdade e rigor.
Machina Lírica Ensemble
Monika Streitová flauta
Pedro Rodrigues guitarra
José Luís Ferreira informática musical
José Luís Ferreira – L’Histoire d’amour entre...(2012) [EA versão para flauta e guitarra]
(flauta, guitarra e electrónica em tempo real)
Evgueny Zoudilkine – Aguarela III (2012) [EA]
(flauta e guitarra)
Massimo Davi – 4 Canzoni di Flora (2011) [EA]
(flauta e guitarra)
Carlos Caires – SAH (2012) [EA]
(flauta, guitarra e electrónica)
Petra Bachratá – Machina Lírica (2012) [EA]
(flauta, guitarra)[Intervalo]
Ernesto Rodrigues viola
Radu Malfatti trombone
Ricardo Guerreiro computador
ER + RM + RG – trio de improvisação
CCB - PEQUENO AUDITÓRIO - 21 DE SETEMBRO - 21:00 & 22 DE SETEMBRO - 17:00
DO CONTO À ÓPERA – A MENINA GOTINHA DE ÁGUALembram-se do vosso nascimento?
Sabem quantos membros tem um coro infantil?
Querem viajar com uma gotinha de água percorrendo o ciclo da água indispensável à vida dos homens na terra?
Este espectáculo convida a uma viagem auditiva e visual ao imaginário infantil pela música de vários compositores: começando com um “Conto Contado Com Som", passando por várias obras do repertório para coro infantil (incluindo uma peça rara de Constança Capdeville), terminando com a ópera “A Menina Gotinha de Água”, que nos fala do ciclo da água, indispensável para a vida dos homens no planeta Terra, contando a história de uma gotinha de água que parte do mar, que se evapora, que viaja ao sabor do vento... antes de regressar ao mar. O cenário da ópera apropria-se concomitantemente do imaginário visual infantil, da imagem real e da imagem digital; onde os desenhos, os vídeos, as representações e as suas transformações de par com os movimentos do coro contribuem para a percepção e fruição da música e da história. A música, cantada por crianças, mistura voz falada e vozes cantadas, transformações sonoras da voz em tempo real, sons da natureza e sons electrónicos difundidos no espaço.
Coro Infantil da Universidade de Lisboa
João Lucena e Valepiano
Leonor Cardosopiano
Erica Mandillo direcção
Ágata Mandillo narradora
Constança Capdeville – O Natal do Anjinho Dorminhoco (1963)
(Coro Preparatório ao CIUL)
Vasco Negreiros – de: Trava Lengas e Lenga Línguas: A Pulga; O Tigre; A Velha (2007)
(piano a 4 mãos e coro)
Simão Costa (história de Isabel Martins) – Quando eu Nasci (2010)
(recitante e electrónica em tempo real)
João Camacho – Canção (2011)
(coro)
Fernando Lopes-Graça– Ai por cima se ceifa o pão (1960)
(coro)
Fernando Lopes-Graça– Vós chamais-me moreninha (1977)
(coro)
João Lucena e Vale – era uma vez (2012)
(piano a 4 mãos e coro)
Ernst Toch – Fuga Geográfica (1930)
(coro)
[Intervalo]
Miguel Azguime composição & libreto sobre texto original de Papiniano Carlos
Paula Azguime concepção, encenação e difusão sonora
Erica Mandillo maestrina e encenação do coro
Ágata Mandillo narradora
Coro Infantil da Universidade de Lisboa
com Camila Robert como a Menina Gotinha de Água
André Perrotta direcção tecnológica e programação de software
Perseu Mandillo filmagens e tratamento de imagem
Sara Janic figurinos
Miso Studio sistema de difusão multicanais
agradecimento especial à família de Papiniano Carlos
Miguel Azguime – A Menina Gotinha de Água (2011)
(recitante, coro, electrónica, vídeo e sistema interactivo em tempo real)
Apoio: Universidade Católica do Porto, CITAR, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, EGEAC – CML, Pastéis de Belém
CCB - PEQUENO AUDITÓRIO - 23 DE SETEMBRO - 17:00
"CE DÉSERT EST FAUX."
Homenagem a Constança Capdeville
“No ano em que Constança Capdeville deveria comemorar os seus 75 anos, e em resposta ao desafio lançado pela Miso Music Portugal, o de realizar um evento com obras de Capdeville, pareceu-me importante propor um espectáculo que, sem pretender ser ao «estilo de», procurasse criar um contexto em tudo semelhante àquele que Capdeville criava para as suas obras: a integração destas num espectáculo concebido como um todo, acolhendo e convivendo com as obras e momentos que o constituem.
Quanto ao título, «Ce désert est faux», empregue num espectáculo de Capdeville, embora tomado de um texto de Breton e Éluard, pode ser interpretado livremente, ou ser tomado à letra: este lugar que nos querem por vezes fazer crer de deserto, como deserto é falso pois «as sombras que escavo deixam transparecer as cores como tantos segredos absurdos».” António de Sousa Dias
Nuno Vieira de Almeida piano
António de Sousa Dias direcção e percussão
Luís Madureira voz
Carlos Martins saxofone
João Natividade movimento
Pedro Wallenstein contrabaixo
Grupo de Música Contemporânea de Lisboa
João Paulo Santos maestro
João Pereira Coutinho flauta
Ana Castanhito harpa
Fátima Pinto percussão
Paulo Amorim guitarra
José Machado violino
Ricardo Mateus viola
Jorge Sá Machado violoncelo
"Ce désert est faux." – espectáculo imaginado e dirigido por António de Sousa Diassobre obras de Constança Capdeville [EA]
Obras de Constança Capdeville:
Di lontan fa specchio il mare Joly Braga Santos, in Memoriam (1989)
Amen para uma Ausência versão contrabaixo solo (1986)
Momento I versão B (1974)
Border Line (1988)
Valse, Valsa, Vals; Keuschheits Waltz (1987)
Um Quadrado em redor de Sinbad (1988)
Vocem meam "Quem é o Terceiro que caminha sempre ao Teu lado?" (1986)Excerto do filme Rosa de Areia, de Margarida Cordeiro; António Reis (1988)
Lançamento do 6.º número da revista Glosas dedicado à vida e obra de Constança Capdeville.
Lembrando Constança – conversa com o público em torno da figura e obra de Constança Capdeville
Co-produção: Grupo de Música Contemporânea de Lisboa
Apoio: Cinemateca Portuguesa
GOETHE-INSTITUT - LISBOA
1 a 10 de Outubro
GOETHE-INSTITUT - 1 a 10 DE OUTUBRO - 10:00 ÀS 13:00 E 14:30 ÀS 19:00
SOUND WALK / JARDIM DOS SONS 2012
Resultando de um convite a nível mundial dirigido pela Miso Music Portugal aos compositores de música electroacústica, a 5ª edição do Sound Walk / Jardim dos Sons, instalação colectiva e inédita, proporciona de 1 a 10 de Outubro aos visitantes do Jardim do Goethe-Institut de Lisboa, uma imersão em várias paisagens sonoras, este ano sob a temática sound-text composition.
Co-produção: Goethe-Institut
GOETHE-INSTITUT - 8 DE OUTUBRO - 21:00
CONCERTO EXTRAORDINÁRIO EM HOMENAGEM A EMMANUEL NUNES
"Um dos compositores mais importantes da sua geração - e um dos mais inventivos. Ele criou o seu exclusivo mundo de sons, em que permanecem audíveis os ecos do passado próximo e distante. Ele conseguiu, logo no início, uma síntese entre as correntes mais dominantes na música da época pós-guerra, representadas por Boulez e Stockhausen. (..). Para Emmanuel Nunes compor constitui uma viagem de iniciação - e é mesmo assim que o ouvinte percebe a sua música. Ele incorpora tanto o místico como o Wanderer. A impressão da riqueza de som que se experiencia fisicamente ouvindo a sua música - o seu carácter da epifania - é acompanhado por um desassossego fundamental, por um sentimento trágico, um combate frontal com uma ideia. (...) As obras de Emmanuel Nunes são autênticas catedrais. A luz que delas irradia e que nos toca, provém de uma distância grande e é única." (Philippe Albèra; fonte: Universal Music Publishing House - Casa Ricordi)
Introdução ao concerto por Pedro Amaral
Suzanna Lidegran violino
Miguel Azguime projecção sonora
Vitor Vieira violino | Jorge Alves viola | Marco Pereira violoncelo
(Quarteto de Cordas de Matosinhos)
Concerto:
Emmanuel Nunes – Einspielung I (1979)
(violino solo)
Emmanuel Nunes – 73-Oeldorf-75 (1975)
(electroacústica sobre suporte)
Emmanuel Nunes – Sonata a Tre (1986)
(violino, viola e violoncelo)
Lembrando Emmanuel Nunes – conversa com o público em torno da figura e obra de Emmanuel Nunes
GOETHE-INSTITUT - 6 a 10 DE OUTUBRO
FÓRUM INTERNACIONAL PARA JOVENS COMPOSITORES
A fim de fomentar a criação e a circulação de novas obras de jovens compositores, o Sond'Ar-te Electric Ensemble, o Goethe-Institut de Lisboa e a Musikhochschule de Munique organizam, este ano em colaboração com o Festival Música Viva 2012, a 2.ª edição do Fórum Internacional para Jovens Compositores, que terá lugar entre 6 e 10 de Outubro de 2012, no Goethe-Institut em Lisboa. O objectivo do Fórum é dar oportunidade a jovens compositores para criarem novas obras e apresentarem-nas a um público mais abrangente. Os organizadores pretendem criar um espaço privilegiado para a troca de experiências e ideias entre jovens compositores e intérpretes de vários países.
A 2.ª edição do Fórum Internacional para Jovens Compositores do Sond'Ar-te Electric Ensemble, que irá contar com a participação de quatro jovens criadores, residentes na Alemanha e em Portugal, incluirá também um debate acerca da situação dos jovens compositores no contexto europeu e um “ensaio público de análise” das obras que serão apresentadas em estreia absoluta em concerto.
Sond’Ar-te Electric Ensemble
Guillaume Bourgogne maestro
Sílvia Cancela flauta
Luís Gomes clarinete
Suzanna Lidegran violino
Nelson Ferreira violoncelo
Joana Gama piano
Paula Azguime projecção sonora
Miso Studio computer music design
9 DE OUTUBRO - 21:00
Ensaio público de análises das obras do Fórum pelos próprios compositores, e com a participação do Sond'Ar-te Electric Ensemble.
10 DE OUTUBRO - 21:00
Debate com a presença dos compositores do Fórum, moderado por Siegfried Mauser, Miguel Azguime e um representante da direcção da Escola Superior de Música de Lisboa:
“Jovens Compositores no contexto Europeu: que perspectivas?”
Concerto:
Henrik Ajax – Drawing Lines (2012) [EA]
(2º Fórum Internacional para Jovens Compositores)
Rui Penha –Pendulum (2012) [EA]
(2º Fórum Internacional para Jovens Compositores)
Nuno Peixoto de Pinho – Dialogismos II (2012) [EA]
(2º Fórum Internacional para Jovens Compositores)
Arash Safaian – In Symetrie (2012) [EA]
(2º Fórum Internacional para Jovens Compositores)e ainda:
Hugo Ribeiro – et alibi (2012) [EA]
(encomenda Sond’Ar-te Electric Ensemble)
Direcção Artística: Siegfried Mauser e Miguel Azguime
Co-produção: Goethe-Institut de Lisboa, Musikhochschule de Munique e Sond’Ar-te Electric Ensemble
[EA] estreia absoluta