Festival Música Viva 2024
30 Anos !
Acompanhando a Primavera, o Festival Música Viva 2024 irá decorrer entre o dia 3 e 12 de Maio em Lisboa, para mostrar mais uma vez a vitalidade da criação musical contemporânea.
Nos 50 Anos do 25 de Abril, a Arte Musical e a Liberdade... Inseparáveis Sempre!
O Festival Música Viva faz 30 Anos! O tempo musical e o tempo das nossas próprias vidas acompanham-se, reflectindo-se um no outro.
Foram já 3 décadas, e quase 3 gerações de criadores que cresceram cruzando os seus caminhos com o do Festival Música Viva e outras tantas gerações de intérpretes que aqui conheceram e experimentaram novas possibilidades para as suas carreiras.
Neste 30º aniversário, o Festival continua a ser a grande janela aberta que anualmente a Miso Music Portugal proporciona sobre a criação musical da actualidade, cumprindo a sua missão de fomento das novas linguagens musicais, oferecendo-lhes as melhores condições de produção e adequado enquadramento tecnológico para as numerosas obras sempre à procura de novos itinerários, estabelecendo elos de comunicação com um público cada vez mais atento e motivado.
Como sempre o Festival põe em destaque os intérpretes e os compositores portugueses afirmando a vitalidade da criação musical da actualidade em Portugal. Mas esta mesma vitalidade assenta num passado com história relevante, história identitária e mundial numa herança rica de intersecções sociais e culturais, e neste sentido em contraponto com as novíssimas obras assinala os 150 anos do nascimento de Schoenberg com o seu concerto para piano e orquestra, presta homenagem a Francis Dhomont pouco meses depois do seu falecimento, revisita György Ligeti, Mauricio Kagel e György Kurtág e apresenta em estreia absoluta a última obra do incontornável Trevor Wishart.
Ao todo serão 13 concertos num total de 45 obras, das quais mais de metade são de criadoras portuguesas e criadores portugueses, incluindo 14 estreias absolutas. Concertos sim, mas também uma instalação sonora, um workshop e o conceituado Concurso Internacional de Composição Electroacústica, tudo a acontecer na zona da Ajuda em Lisboa, mais exactamente no Picadeiro Real, na Igreja de Nª Srª da Ajuda e no O’culto da Ajuda.
O concerto de abertura terá lugar no dia 3 de Maio às 21h no Picadeiro Real e é de entrada livre. A protagonista é a Orquestra Metropolitana de Lisboa sob a direcção de Pedro Neves acompanhado por 2 jovens solistas portugueses de excepção, a soprano Camila Mandillo e o pianista José Pedro Ribeiro. No programa 2 obras canónicas da história da música do século XX; o “Concerto para piano e orquestra op.42” de Schoenberg e os “Mysteries of the Macabre” de Ligeti; e 3 obras para orquestra dos compositores portugueses Miguel Azguime, João Madureira e António de Sousa Dias, este último com uma obra em estreia absoluta, encomendada pela Miso Music Portugal.
No dia 4 de Maio, desta vez no O’culto da Ajuda, às 19h30, o Sond’Ar-te Electric Ensemble sob a direcção de Pedro Carneiro e com a participação de instrumentistas extraordinários apresenta um programa aliciante onde quase tudo está ainda por descobrir com 3 estreias absolutas dos compositores Daniel Martinho, Hugo Vasco Reis e Christopher Bochmann e ainda uma obra de Rui Penha. Todas as obras resultam de encomendas da Miso Music Portugal!
No dia 5 é dia de celebração e de voltar a acolher o Power Trio no O’culto da Ajuda. Trio constituído por Joana Sá - piano e electrónica, Luís Martins - guitarra e electrónica, Eduardo Raon - harpa e electrónica; é um projecto único entre nós, formado em 2006 e que após quase 10 anos volta a apresentar-se em público para uma viagem de descoberta sob a égide do número 50: 50 minutos, 50 anos, uma Revolução...
No dia 7 de Maio, o Festival desloca-se até à Igreja de Nª Srª da Ajuda para ouvir às 21h, num órgão histórico construído há 232 anos, música nova pelas mãos e a arte do compositor, improvisador e organista Cláudio de Pina. A respiração deste instrumento usualmente devota-se à música de tecla da sua época. Não obstante, neste concerto preenchemos o programa com um repertório de 1967 a 2024, adaptado especificamente para este instrumento. Uma música verdadeiramente viva reinterpretada por uma vetusta orquestra de tubos que irão respirar, murmurar e clamar num secular espaço reverberante. Nomes de referência como Ligeti e Kagel ao lado de obras portuguesas da actualidade e uma estreia absoluta de Bruno Gabirro.
No dia 8 de Maio, o Festival volta ao O’culto da Ajuda para acolher o agrupamento de referência galego Vertixe Sonora que irá apresentar a peça “Brumário” de Ramón Souto. Obra de grandes dimensões à procura da sua própria definição e que nasce das hibridações interdisciplinares: “Revela relações de interdependência num coletivo em movimento, e na confusa intersecção que habita a performance, a instalação, a dança contemporânea, a arte sonora, a música contemporânea e o happening. Instrumentos, músicos e intérpretes acabam por tornar-se num único corpo expandido que emite e recebe vibrações sonoras.
No dia 9 de Maio o Festival continua no O’culto da Ajuda às 19h30 e volta a acolher outro ensemble de referência no panorama musical nacional: o Ensemble MPMP sob a direcção de Jan Wierzba e com a soprano Filipa Portela. Um programa em que a voz é protagonista nas duas obras que preenchem o programa. Por um lado o ciclo de 4 canções “O Abismo e o Silêncio” de João Pedro Oliveira com excertos de poemas dos diversos heterónimos de Fernando Pessoa, por outro a estreia absoluta da obra vencedora do Prémio Musa de composição, organizado pelo MPMP. Exploração da obra poética de Natália Correia que deu lugar à peça “Há que ser um rio” de Diogo da Costa Ferreira.
No dia 10 de Maio é o lugar dos jovens intérpretes, às 19h30 no O’culto da Ajuda. Depois do sucesso no ano passado da estreia do jovem Concrète [Lab] Ensemble, teremos este ano o Re:Flexus Trio constituído pelas 3 jovens intérpretes Ana Sofia Matos - clarinete, Catarina Gonçalves - viola d'arco e Maria Isabel Mendonça – piano, que irão apresentar um repertório muito exigente com 3 obras recentes de Miguel Azguime, José María Sánchez-Verdú e Jaime Reis, enquadradas por 2 peças que já fazem parte do repertório: uma de György Kurtág e outra de Ursula Mamlok. Mais um concerto a mostrar a qualidade dos mais jovens músicos portugueses.
E chegamos ao fim de semana de conclusão do Festival Música Viva 2024, no sábado dia 11 e domingo dia 12 de Maio. Um programa muito intenso nestes 2 dias especialmente dedicados à música electrónica. 3 concertos por dia no O’culto da Ajuda a começar às 18h e a ir pela noite adentro. A abrir cada um dos dias, os concertos dos premiados do Concurso Internacional de Composição Electroacústica Música Viva, com a presença de Robert Seeback (premiado de 2022) e Otto Wanke (premiado de 2023).
O segundo concerto de sábado sob o título "Começar de novo para de novo terminar" inclui as estreias de Trevor Wishart e de João Castro Pinto e ainda as peças de Mariana Vieira, Marta Domingues e Francis Dhomont (1926-2023). Igualmente em homenagem a este grande compositor de música electrónica falecido no final de Dezembro passado será apresentada a “Escultura de Luz – Chambre d’Enfants” de Ana Mandillo sobre música de Francis Dhomont.
E no sábado dia 11 teremos ainda um terceiro concerto de música electrónica integralmente dedicado à música de Robert Normandeau com o título “Elevation” e que constituirá também a estreia da nova Abóboda de Altifalantes da Miso Music Portugal que vem completar e aumentar a sua já existente Orquestra de Altifalantes. Condições pois de excepção para a fruição desta música do espaço! Neste concerto torna-se relevante a dimensão vertical do espaço, o que o próprio título sugere mas também a dimensão espiritual do acto de compor.
O dia de domingo abre logo de manhã com um workshop de difusão espacial multicanais com o software de espacialização sonora SpatGris, desenvolvido na Universidade de Montréal no Canadá e da parte da tarde começaremos de novo às 18h com o concerto de Otto Wanke, premiado do Concurso Internacional de Composição Electroacústica Música Viva de 2023, seguido da estreia absoluta do ciclo de peças de Filipe Esteves "Sons Interiores / Interior dos Sons" encomenda da Miso Music Portugal, compositor cujo trabalho se tem destacado internacionalmente. Por fim, a encerrar o Festival, um concerto de música electrónica de Panayiotis Kokoras que, com Robert Normandeau, partilha o júri do Concurso deste ano, dois nomes pois da maior importância no panorama internacional da música electrónica da actualidade.
Boa Viagem!
Música Viva Festival 2024
The Música Viva Festival celebrates 30 years! Musical time and the time of our own lives go hand in hand, reflecting each other. It's been 3 decades, and almost 3 generations of creators who grew up crossing paths with the Festival and many generations of performers who discovered and explored new possibilities for their careers here.
Coinciding with Spring, the Música Viva Festival 2024 will take place from May 3 to May 12 in Lisbon, to once again showcase the vitality of contemporary musical creation.
On this 30th anniversary, the Festival continues to be the grand open window that Miso Music Portugal annually offers on today's musical creation, fulfilling its mission to promote new musical languages, providing them with the best production conditions and appropriate technological framework for the numerous works always in search of new routes, establishing links of communication with an increasingly attentive and motivated audience.