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Ensemble MPMP

  • O'culto da Ajuda 25 Travessa Zebras Lisboa, Lisboa, 1300 Portugal (map)

BILHETEIRA & PASSE FESTIVAL

Escultura de Luz de Ana Mandillo sobre música de Francis Dhomont Chambre d'Enfants

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Ensemble MPMP • Rita Castro Blanco, direcção

Filipa Portela, soprano
Daniel Bolito, violino
Ana Monteverde, viola
Ângela Carneiro, violoncelo
Ana Ester Santos, harpa
Philippe Marques, piano
Luís Salgueiro, electrónica


PROGRAMA

O Abismo e o Silêncio - João Pedro Oliveira

Há que ser rio (ópera-monodrama a partir de poemas de Natália Correia) * - Diogo da Costa Ferreira

* estreia absoluta · obra agraciada no Prémio MUSA 2023

FOLHA DE SALA

Há que ser rio
Há um galope indomável dentro deste peito, uma força que não se deixa derrotar: lume invencível que me consome e me devora.

Não hesites, vai. Não tenhas medo. Fecha os olhos e avança.

Cá dentro, um lugar vazio aguarda o incêndio e o fulgor de um abraço, de um beijo: peito que estremece arrítmico como um abalo telúrico que rasga a pele.

Não hesites, vai. Desliza como a corrente de um rio. Flui como a água que desce para a foz.

Com força, determinação, e de mãos dadas.

Há que ser rio: é-se rio ou abismo.

Talvez esta seja a história de uma mulher que, não tendo conseguido ser rio, tornou-se abismo. Talvez seja a história de alguém que, ao hesitar, matou uma parte de si. Talvez esta seja a história de todos nós: quando o nosso medo nos mata a sangue-frio.

Caiu a última pétala da tarde, e ela anoitece só, povoada pela angústia e pela dor, dilacerada pelo arrependimento. Depois de anoitecer, instala-se a escuridão e começa o luto. 

Talvez tenha aprendido a mais importante lição, talvez tenha fundado uma nova nascente e um novo um leito dentro do peito, mas é tarde de mais: já não pode avançar de mãos dadas.

É preciso cumprir a máxima de Mário Cesariny: “Ama como a estrada começa”.

É preciso ser rio.

Para ti, com um rio dentro do peito.

O Abismo e o Silêncio
Estas quatro canções utilizam como texto excertos de obras de diversos heterónimos de Fernando Pessoa. Cada uma delas pretende apresentar uma faceta correspondente ao carácter ou ambiente que a personalidade do respectivo heterónimo transmite no poema (bucolismo, melancolia, tristeza, decepção, ironia, raiva, etc.). A parte electroacústica foi realizada no estúdio do compositor e no Estúdio de Música Electroacústica da Universidade de Aveiro. 


Ensemble MPMP
Dirigido artisticamente pelo maestro Jan Wierzba, o Ensemble MPMP é um grupo de instrumentação flexível, da música de câmara à coral-sinfónica, que tem desenvolvido, desde 2012, um trabalho de proximidade com musicólogos e compositores com vista à redescoberta de património passado e à valorização de repertórios contemporâneos. Tem-se apresentado no Festival Prémio Jovens Músicos (Centro Cultural de Belém, em 2013, e Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em 2015) e no Festival de São Roque (2013, 2014, 2015, 2017, 2018, 2020), tendo estreado modernamente obras de, entre outros, Marcos Portugal, João José Baldi, D. Pedro IV, Joaquim Casimiro Júnior, Francisco Norberto dos Santos Pinto, Sá de Noronha, Freitas Gazul, Augusto Machado e Luiz de Freitas Branco.

Em 2015 levou à cena as óperas 'O cavaleiro das mãos irresistíveis' e 'Cai uma rosa...', respectivamente de Ruy Coelho e de Daniel Moreira, nos Teatros Municipais de Almada e do Porto.
Em formação orquestral foi também dirigido por Pedro Neves e Martim Sousa Tavares. Integrou diversos ciclos de câmara (Proximidades, Histórias da Música em Portugal, Contemplações, entre outros), apresentados em dezenas de auditórios por todo o país e estrangeiro (França, Dinamarca e Brasil, país que visitou já em três digressões, pisando palcos tão importantes como o Theatro Municipal de São Paulo e a Sala Cecília Meireles, e ainda gravando um programa de música portuguesa para a TV Brasil). Recentemente, participou no Festival Dias da Música 2017 (Centro Cultural de Belém), Festival Internacional de Saxofone de Palmela (2021) e Festival de Música de Sintra, aqui interpretando os monumentais 'Mattutino de'morti' de Bomtempo. Gravou para cinema e ainda três CD com música de Eurico Carrapatoso, Fernando Lopes-Graça e Ruy Coelho, estando em preparação monográficos de Bomtempo (para a NAXOS), Filipe Pires e Fernando Lapa (para a 'melographia portugueza').

Earlier Event: May 8
Brumario Vertixe Sonora
Later Event: May 10
Re:Flexus Trio