BRUMÁRIO assume a qualidade nebulosa e incompreensível como condição de ser do mundo que habitamos, un mundo no qual a desolação entre experiência e forma é deslocada desde um não-lugar. Sem pontos fixos nem ligações perceptíveis, à deriva, potencia significados e relações, multiplica direcções de fuga, reconhece-se nas múltiplas experiências de desorientação, incerteza ou perplexidade que nos afligem.
Em BRUMÁRIO o feedback sonoro revela relações de interdependência num coletivo em movimento, e na confusa intersecção que habita a performance, a instalação, a dança contemporânea, a arte sonora, a música contemporânea e o happening. Instrumentos, músicos e intérpretes acabam tornando-se num corpo expandido único, que emite e recebe vibrações.
Coincidindo com a passagem do Sol por Escorpião (entre 22, 23 ou 24 de outubro e 20, 21 ou 22 de novembro, dependendo do ano) e proposta por Fabre d'Églantine para se referir às "névoas baixas e transudações da natureza de Outubro em novembro", Brumário (em francês Brumário) também é o nome do segundo mês do calendário republicano francês. Em 18 de Brumário do ano 18 (9 de novembro de 1799) Napoleão deu o golpe de estado que marcou o fim da Revolução Francesa.
JAVIER MARTÍN Coreógrafo e performer. O seu trabalho gira em torno da investigação nas artes do movimento e baseia-se nos rigores da improvisação como principal método de criação e linguagem cénica. Desde 2004 estreou mais de 30 peças da sua criação, como 'controle', 'o desejo', 'o anti-édipo', 'o estado bruto' ou 'sintoma', este último em colaboração com o músico russo Oleg Karavaichuk. Com formação científica (é químico, especializado em mecânica quântica) e com especial interesse pela filosofia, o seu trabalho como criador é também um processo de investigação epistemológica. Paralelamente à criação de espetáculos, Javier Martín intervém sempre na criação de contextos, desenvolvendo iniciativas como a ativação e coordenação de grupos de investigação, a realização de conferências performativas, seminários, oficinas de espectadores, etc.; atividades transdisciplinares nas quais colabora com profissionais de diversas disciplinas: artistas, arquitetos, médicos, professores, filósofos... em teatros, centros de arte, universidades, conferências, festivais e outros ambientes.
RAMÓN SOUTO (Vigo, 1976) Compositor e artista sonoro. Explora dispositivos sonoros acústicos e eletrônicos questionando contextos auditivos convencionais.
O seu interesse em confundir fronteiras entre disciplinas e evoluir o conceito do concerto tradicional leva-o a manter colaborações regulares com vários artistas.
Atuante como criador de música de câmara, música eletrônica, performance, instalações, teatro musical e ópera, seu trabalho mantém presença constante em festivais internacionais.
VERTIXE SONORA
Com mais de 250 estreias mundiais de criadores de 32 países, Vertixe Sonora consolidou-se como uma das principais vozes do panorama musical europeu contemporâneo. Uma proposta insubstituível para conhecer em primeira mão as últimas tendências da criação sonora internacional e desenvolver iniciativas musicais desafiantes e em permanente agitação.
Espaço aberto à reflexão, discussão e troca, experimentou todos os tipos de formatos, desenvolvendo teatro musical, ópera, dança, instalações sonoras e produções de câmara e grandes conjuntos com a participação de artistas sonoros, artistas plásticos, músicos de jazz, cantores, artistas clássicos música. intérpretes e pessoas das artes teatrais e do movimento numa vontade comum de convergir numa perspectiva artística global, que encontram a sua razão de ser na procura da excelência e no forte compromisso com a música e os criadores do nosso tempo.
A partir de uma consciência da multiplicidade na abordagem ao som e de uma perspectiva cosmopolita, integradora e transcultural que não renuncia ao rigor, à transgressão ou ao espírito vanguardista, a Vertixe Sonora desenvolve uma programação diversificada, não disciplinar e em permanente diálogo coa arte, tecnologia, pensamento e ciência do nosso tempo promovendo o intercâmbio e a coesão através da música.
Prémio Martín Codax 2016 de Música Clássica Contemporânea, em Espanha foi atribuído na Mostra Sonora de Sueca, XXXVI Encontro Internacional de Compositores (Maiorca), Ciclo BBVA de Música Contemporânea (Bilbao), Festival SON (Madrid), Festival SMASH (San Sebastián ), Festival Bernaola (Vitória), Festival MIXTUR (Barcelona) e XXVII Prémio Fundação Novos Compositores SGAE_CNDM 2016 (Madrid)
Um crescente reconhecimento internacional pela sua participação em festivais como: Oh Ton (Oldenburg, Alemania), Electr()ution (Brest, França), Levande Musik (Gotemburgo, Suécia), Samtida Musik (Estocolmo, Suécia), Síntese Festival (Garda). e Castelo Branco, Portugal), New Music Festival (Monterrey, México), CSUF New Music Series (Fullerton, Califórnia, EUA), SoundSCAPE (Cesena, Itália), Callejón del Ruído (Guanajuato, México), Música Viva (Lisboa Portugal), Museu Tinguely (Basileia, Suíça), SMAE (Porto, Portugal), etc.
Seu trabalho foi incluído nos documentários Correspondencias Sonoras (Manuel del Río, 2013), Sonutopias (campUSCulturae 2014) e Enrique X. Macías. A lira do deserto (Manuel del Río, 2020) em comemoração aos 60 anos de nascimento do compositor. Sua discografia também inclui duas monografias distintas do compositor Lula Romero Ins offene (Wergo, 2019) e do compositor mexicano Víctor Ibarra A dimensão do frágil (Neos, 2019).
www.vertixesonora.gal
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